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Design inclusivo: entenda mais sobre a técnica que oferece mais acessibilidade no transporte público

O Brasil possui hoje, 18,6 milhões de pessoas com deficiência – o que representa 8,9% da população brasileira a partir de dois anos de idade -, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2022.

Para boa parte delas, se locomover todos os dias através do transporte público costuma ser um desafio. Para garantir o direito à mobilidade urbana dessas pessoas, o design inclusivo tem se mostrado cada vez mais eficaz.

Isso ocorre porque o design inclusivo é uma abordagem que coloca a diversidade humana no centro do processo de criação, buscando criar produtos, serviços e ambientes que atendam as necessidades de todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou idade.

Quando aplicado ao transporte público, o design inclusivo desempenha um papel fundamental: o de oferecer mais acessibilidade, conforto e independência para todos os usuários.

Recursos tecnológicos que têm tornado os ônibus acessíveis

Para promover mais segurança e acessibilidade em ônibus, o design inclusivo conta com novas tecnologias que desempenham um papel fundamental na busca por uma mobilidade mais inclusiva.

Isso inclui a disponibilidade de rampas de acesso e elevadores em estações e veículos, permitindo que pessoas portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida possam entrar e sair facilmente em ônibus, trens ou metrôs, permitindo o acesso de cadeiras de rodas e outros equipamentos de mobilidade; tecnologias que promovem a comunicação entre os usuários e os motoristas ou cobradores. Por exemplo, sistemas de áudio podem ser instalados nos ônibus para informar sobre as paradas, rotas e destinos; bem como sistemas de libras também podem ser utilizados para facilitar a comunicação com pessoas surdas ou com deficiência auditiva.

Algumas soluções também incluem a utilização de GPS para monitorar a localização dos veículos em tempo real.

Além disso, a presença de corrimãos, sinalizações claras e pisos táteis contribuem para orientar pessoas portadoras de deficiência visual ou com dificuldades de locomoção, garantindo que elas possam se movimentar com segurança dentro do transporte.

Para completar, assentos reservados para pessoas com deficiência também são importantes para garantir a acessibilidade em ônibus.

Algumas cidades no Brasil e ao redor do mundo, como Nova York, estão investindo em medidas para tornar o transporte público mais acessível. Lá, por exemplo, todas as estações de metrô possuem elevadores e rampas de acesso. Em Londres, os ônibus oferecem espaço reservado para cadeiras de rodas e os trens e metrôs possuem sistemas de áudio para informar sobre as paradas.

No Brasil, existe um modelo de ônibus do nível 10 em Curitiba-PR, que atende aos princípios do desenho universal. Ele conta com rampa automática projetada para a plataforma de uma estação-tubo, permitindo o embarque/desembarque em nível de todos os passageiros, com autonomia e segurança, por todas as portas.

Já em Belo Horizonte, está em operação no sistema BRT Move, com destaque para a porta única, um ônibus do nível 8, onde há rampa veicular manual (fechada) instalada na porta central do veículo, permitindo, quando basculada, o embarque/desembarque em nível dos passageiros na plataforma de uma estação de integração ou de transferência. Outro ônibus operando no BRT (misto) Move de Belo Horizonte tem o piso alto. Esse detalhe condiciona o embarque/desembarque dos passageiros com mobilidade reduzida, no percurso fora dos corredores de transporte, ao uso de elevador, lembrando que todos os veículos do BRT misto Move de Belo Horizonte possuem elevador hidráulico e seu uso não é exclusivo para cadeirantes.

Na capital de São Paulo também estão sendo feitos investimentos na adaptação das estações de metrô com elevadores e rampas de acesso. “O transporte público está se redefinindo a partir de uma cultura orientada para as pessoas”, observa o diretor da Viação UTIL, Jacob Barata Filho.

Importância da experiência do usuário na melhoria do transporte coletivo

A experiência do usuário desempenha um papel fundamental na busca por melhorias contínuas na acessibilidade inclusiva do transporte público.

Ao ouvir as histórias e entender os desafios enfrentados no transporte público pelos passageiros, especialmente aqueles portadores de algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida, o poder público e as empresas do setor podem compreender os pontos problemáticos e as lacunas existentes na acessibilidade em ônibus.

Essas informações são importantes para o desenvolvimento de soluções que abordem diretamente as dificuldades enfrentadas pelos usuários PCDs. “Neste cenário, o transporte público precisa se humanizar, o setor precisa se adaptar a um ambiente em transformação acelerada e contínua, determinado pela evolução das expectativas do cliente e pelas mudanças tecnológicas”, destaca o diretor da Viação UTIL, Jacob Barata Filho.

Assim, ao valorizar as vozes dos passageiros, o transporte público se torna mais inclusivo, respeitoso, eficiente e acolhedor para todos, facilitando que todas as pessoas possam desfrutar da mobilidade urbana com dignidade e independência.

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